RENASCIMENTO

Primeiro movimento da Idade Moderna


IDADE MODERNA


Compreende o período histórico que, na Europa, se estende da queda do Império Romano do Oriente até a Revolução Francesa. Constitui o período de transição do feudalismo para o capitalismo. Tem como principais marcos a formação dos Estados nacionais modernos, o renascimento cultural, a expansão marítima, a descoberta de novos territórios, as reformas e contrarreformas cristãs (período que surge o Barroco), o colonialismo, o surgimento das monarquias absolutistas, o Iluminismo e a independência dos Estados Unidos. 


CONTEXTO HISTÓRICO DO RENASCIMENTO

A mudança da mentalidade medieval para a mentalidade moderna ficou conhecida como Renascimento, porque artistas e intelectuais dos séculos XIV, XV e XVI, acreditavam que a cultura Greco-romana estava nascendo de novo (renascendo), enquanto morria os valores dominantes da cultura medieval. 

Além de atingir a Filosofia, as Artes e as Ciências, o Renascimento fez parte de uma ampla gama de progresso e transformações culturais, sociais, científicas, econômicas, políticas e religiosas que caracterizam a transição do Feudalismo para o Capitalismo. 

O renascimento do comércio e das cidades, o fortalecimento da burguesia e a progressiva centralização do poder nas mãos dos reis, estão entre as grandes transformações que assinalaram a gradual passagem do mundo medieval para a Idade Moderna.

O Renascimento cultural manifestou-se, primeiro, nas cidades italianas, de onde se difundiu para todos os países da Europa Ocidental. Porém, o movimento apresentou maior expressão na Itália.

Para substituir tais valores, a mentalidade renascentista propunha:

- Desenvolver uma cultura humanista centrada no homem (antropocentrismo) no lugar de um mundo centrado em Deus (teocentrismo);
- Desenvolver o racionalismo para explicar o mundo também pela razão e não apenas pela fé;
- Valorizar o individualismo, o espírito de competição e a concorrência econômica dentro da sociedade, respeitando as diferenças individuais dos homens livres no lugar do espírito coletivo e fraternal dos cristãos.

Portanto, o Renascimento foi um movimento intelectual, caracterizando a transição dos valores dominantes da Idade Média para a mentalidade burguesa formada na Idade moderna, onde passaram a questionar a autoridade da Igreja e atribuindo maior importância ao ser humano e à razão. Apesar de não deixar a religião cristã de lado, o homem já não era o mesmo, agora ele tinha consciência do seu próprio valor. 

O Renascimento foi um movimento tipicamente urbano que atingiu a parcela da população economicamente dominante das cidades prósperas e a camada de intelectuais. Com isso, houve um aumento na qualidade da obra intelectual e na quantidade de produção. Entre os fatores que influenciaram esse crescimento destacou-se a invenção da imprensa com a impressão de livros em grande escala e o mecenato, praticados por homens ricos conhecidos como mecenas, que estimularam o desenvolvimento cultural, patrocinando artistas e intelectuais. 

Costuma-se dividir o Renascimento em quatro grandes fases, correspondentes aos séculos XIII ao XVI: Duocento, Trecento, Quattrocento e Cinquecentro.

O Duocento e Trecento (em referência ao século XIII e XIV) manifesta-se predominantemente na Itália, mais especificamente na cidade de Florença, pólo político, econômico e cultural da região. Giotto, Dante Aliguieri, Bocaccio e Petrarca estão entre seus representantes. Características gerais: rompimento com o imobilismo e a hierarquia da pintura medieval - valorização do individualismo e dos detalhes humanos.

Durante o Quattrocento (século XV), o Renascimento espalha-se pela península itálica, atingindo seu auge. Neste período atuam Masaccio, Mantegna, Botticelli, Leonardo da Vinci, Rafael e, no seu final, Michelangelo (que já prenuncia certos ideais anti-clássicos utilizando-se da linguagem clássica, o que caracteriza o Maneirismo, a etapa final do Renascimento), considerados os três últimos o “trio sagrado” da Renascença. Características gerais: inspiração greco-romana (paganismo e línguas clássicas), racionalismo, experimentalismo.

No Cinquecento, o Renascimento torna-se, no século XVI, um movimento universal europeu, tendo, no entanto, iniciado sua decadência. Ocorrem as primeiras manifestações maneiristas e a Contra Reforma instaura o Barroco como estilo oficial da Igreja Católica. Na literatura atuou Nicolau Maquiavel. Já na pintura, continuam se destacando Rafael e Michelangelo.

No Renascimento, os mestres italianos redescobriram os tesouros da Antiguidade clássica e conseguiram atingir três grandes realizações: a descoberta da perspectiva, o conhecimento da anatomia e a representação perfeita do corpo humano.


ENTENDENDO A ARTE RENASCENTISTA


PRÉ-RENASCIMENTO: Desde o século XIII, surgem manifestações precursoras do espírito humanista que marcará o Renascimento. 

No século XIII, o gótico começa a dar lugar para uma arte que resgata a escala humana. São as primeiras manifestações do que, mais tarde, se chamaria Renascimento. A principal característica dessa mudança é o surgimento da perspectiva dando ilusão de profundidade nas obras. Em Siena, Duccio da Buoninsegna e, em Florença, Cimabue e, sobretudo, seu aluno Giotto são os pioneiros desse novo mundo. Nos afrescos de Giotto, na igreja de Santa Croce, em Florença, por exemplo, pode-se ver figuras mais sólidas do que as góticas, situadas em ambientes arquitetonicamente precisos, dando impressão de existência concreta: é o nascimento do naturalismo. No século XIV, escultores como Donatello (o "Michelangelo" do Trecento) aprimoram a técnica. 

Giotto da Bondone- pintor e arquiteto italiano, nasce em Florença, insere-se no período considerado pré-renascentista, do Trecento italiano, séc. XIV, na escola de Florença. Estuda com o pintor Cimabue, com quem trabalha também em Roma, e se torna um dos principais artistas de sua época. Os afrescos de Santa Croce e a torre do Duomo são suas principais obras em sua cidade natal. Revoluciona a arte ao conseguir dar expressão e profundidade às figuras humanas.


RENASCIMENTO: O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi sem duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média. 

Características gerais: 

- Racionalidade 
- Dignidade do Ser Humano 
- Rigor Científico 
- Ideal Humanista 
- Reutilização das artes greco-romana 


ARQUITETURA 

Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza de qualquer ponto em que se coloque. 

Principais características: 

- Ordens Arquitetônicas 
- Arcos de Volta-Perfeita 
- Simplicidade na construção 
- A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas 
- Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funções militares) 




O principal arquiteto renascentista: 

Brunelleschi - é um exemplo de artista completo renascentista, pois foi pintor, escultor e arquiteto. Além de dominar conhecimentos de Matemática, Geometria e de ser grande conhecedor da poesia de Dante. Foi como construtor, porém, que realizou seus mais importantes trabalhos, entre eles a cúpula da catedral de Florença e a Capela Pazzi.


PINTURA 

Principais características: 

- Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria. 
- Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra (técnica do sfumato), esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos. 
- Realismo: o artistas do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada. 
- Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo. 

Outra característica da arte do Renascimento, em especial da pintura, foi o surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo. 






Os principais pintores foram: 

Sandro Botticelli - os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristão. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam esse dom de Deus. Obras destacadas: A Primavera e O Nascimento de Vênus. 

Leonardo da Vinci - ele dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade mas estimula a imaginação do observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos do conhecimento humano. Obras destacadas: A Virgem dos Rochedos e Monalisa. 

Michelângelo - entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do artista, uma particularmente representativa é a criação do homem. Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e a Sagrada Família 

Rafael - suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaços amplo, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Foi considerado grande pintor de “Madonas”. Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manhã. 


ESCULTURA 


Em meados do século XV, com a volta dos papas de Avinhão para Roma, esta adquire o seu prestígio. Protetores das artes, os papas deixam o palácio de Latrão e passam a residir no Vaticano. Ali, grandes escultores se revelam, o maior dos quais é Michelângelo, que domina toda a escultura italiana do século XVI. Algumas obras: Moisés, Davi (4,10m) e Pietá.

Outro grande escultor desse período foi Andrea del Verrochio. Trabalhou em ourivesaria e esse fato acabou influenciando sua escultura. Obra destacada: Davi (1,26m) em bronze.

Principais Características: 

- Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade 
- Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade 
- Profundidade e perspectiva 
- Estudo do corpo e do caráter humano 



O Renascimento Italiano se espalha pela Europa, trazendo novos artistas que nacionalizaram as idéias italianas. 

Para seu conhecimento: 

- A Capela Sistina foi construída por ordem de Sisto IV (retangular 40 x 13 x 20 altura). E é na própria Capela que se faz o Conclave: reunião com os cardeais após a morte do Papa para proceder a eleição do próximo. Lareira que produz fumaça negra - que o Papa ainda não foi escolhido; fumaça branca - que o Papa acaba de ser escolhido, avisa o povo na Praça de São Pedro, no Vaticano.

- Michelângelo dominou a escultura e o desenho do corpo humano maravilhosamente bem, pois tendo dissecado cadáveres por muito tempo, assim como Leonardo da Vinci, sabia exatamente a posição de cada músculo, cada tendão, cada veia. 

- Além de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor. Dentre as suas invenções estão: “Parafuso Aéreo”, primitiva versão do helicóptero, a ponte elevadiça, o escafandro, um modelo de asa-delta, etc. 

- Quando deparamos com o quadro da famosa MONALISA não conseguimos desgrudar os olhos do seu olhar, parece que ele nos persegue. Por que acontece isso? Será que seus olhos podem se mexer? Este quadro foi pintado, pelo famoso artista e inventor italiano Leonardo da Vinci (1452-1519) e qual será o truque que ele usou para dar esse efeito? Quando se pinta uma pessoa olhando para a frente (olhando diretamente para o espectador) tem-se a impressão que o personagem do quadro fixa seu olhar em todos. Isso acontece porque os quadros são lisos. Se olharmos para a Monalisa de um ou de outro lado estaremos vendo-a sempre com os olhos e a ponta do nariz para a frente e não poderemos ver o lado do seu rosto. Aí está o truque em qualquer ângulo que se olhe a Monalisa a veremos sempre de frente.